O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro confirmou em depoimento prestado à PF (Polícia Federal) no domingo (8.mai.2020) que sofreu pressão do presidente Jair Bolsonaro para trocar o comandante da superintendência da corporação no Rio de Janeiro.
No depoimento, Moro disse, ainda, que “não afirmou que o presidente teria cometido algum crime” e que “quem falou em crime foi a Procuradoria Geral da República na requisição de abertura de inquérito”.
O ex-juiz da Lava Jato afirmou que a avaliação sobre crime “cabe às Instituições competentes”. Em 1 dos questionamentos feitos pelos investigadores da PF, Moro declarou que recebeu uma mensagem no WhatsApp de Bolsonaro pedindo a substituição do superintendente do Rio com o seguinte teor: “Moro você tem 27 Superintendências, eu quero apenas uma, a do Rio de Janeiro”.
Quando de sua demissão do Ministério da Justiça, Moro declarou:“O presidente me falou que tinha preocupações com inquéritos no Supremo, e que essa troca seria oportuna por esse motivo, o que gera uma grande preocupação”, declarou o ex-ministro. “O problema não é quem entra na PF…
O problema é trocar o comando e permitir que seja feita a interferência política no âmbito da PF”, disse. O inquérito foi aberto junto ao STF (Supremo Tribunal Federal) a pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras. O relator é o ministro Celso de Mello.
Caso Moro não comprove suas acusações, poderá ser responsabilizado por calúnia e denunciação caluniosa.