Com discurso apaziguador, o novo ministro das Comunicações, Fábio Fária, tomou posse na manhã desta quarta-feira (17), numa cerimônia realizada no Palácio do Planalto, sede do Poder Executivo.
"Permanecem agora 3 coisas: a fé, a esperança e o amor. Porém, o maior deles é o amor. Que o amor pelo Brasil possa nos unir como brasileiros”, disse.
O trecho é uma contraposição ao chamado “gabinete do ódio”, que tem assessores palacianos que provocam críticas a adversários políticos de Bolsonaro. O filho 02 do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro, assistiu ao discurso no mezanino do Planalto. Ele é responsável por idealizar a estratégia de redes sociais do presidente.
Faria conseguiu levar para a solenidade os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Dias Toffoli, e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O presidente do PSD, Gilberto Kassab, que foi ministro das Comunicações no governo do ex-presidente Michel Temer, também estava no evento. Fábio Faria era deputado federal pelo mesmo partido de Kassab.
Os jogadores de futebol Felipe Melo, do Palmeiras, e Alexandre Pato, do São Paulo, bem como o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, também foram à cerimônia. Chamou a atenção que o ministro Abraham Weintraub (Educação) não estava presente. Até porque haveria dificuldade em Toffoli e Maia estarem numa mesma cerimônia que Weintraub.
O novo ministro das Comunicações declarou que a pandemia da Covid-19 torna necessário um “armistício patriótico” e deixar a “arena eleitoral para 2022”:
“É preciso, sobretudo, respeito. E que deixemos as nossas diferenças político-ideológicas de lado para enfrentar esse inimigo invisível comum, que lamentavelmente tem tirado a vida de milhares de pessoas e gerado danos incalculáveis à Economia", disse.
"É hora de pacificar o país”, afirmou. A posse de Fábio Faria guarda similitude com o início do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), há 25 anos, em 1995. Naquela época, Sérgio Motta assumiu o Ministério das Comunicações, que foi comissionado por FHC a privatizar o sistema de telefonia brasileira, a comandar informalmente a articulação política do governo e coordenar a reeleição do tucano.