O policial militar aposentado Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), foi preso na manhã desta quinta-feira (18) em Atibaia (SP). A prisão foi determinada em desdobramento das investigações sobre o esquema de "rachadinha" na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro quando Flávio era deputado estadual.
Amigo do presidente há três décadas, Queiroz movimentou R$1,2 milhão em sua conta de maneira considerada "atípica" pelo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf). A suspeita é de que ele recolhia parte do salário de funcionários do gabinete e repassava o montante a Flávio, cuja evolução patrimonial também é objeto de investigação.
A prisão foi feita pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Estado de São Paulo. De acordo com informações preliminares, ele estava em um imóvel de um advogado do senador.
Flávio, no entanto, sempre negou saber do paradeiro do ex-assessor:
"Não o vejo há muito tempo, não falo com ele há muitos anos. Qualquer contato meu com ele pode ser entendido pela Justiça como uma tentativa de obstruir alguma coisa. Então tenho de tomar cuidado triplicado para evitar que algum mal-entendido aconteça", disse em entrevista à revista Época, no ano passado.
"Como é que vou saber? Ele tem um CPF e eu tenho outro. A última vez que falei com Queiroz foi quando, após a cirurgia do câncer, liguei para saber se estava tudo bem. E nunca mais falei com ele. Não sei onde está, não tenho informação", respondeu o senador, em outubro, ao jornal O Estado de S. Paulo.