A Latam Brasil anunciou nesta 6ª feira (31.jul.2020) que vai iniciar processo de demissão de pelo menos 2.700 pilotos, copilotos e comissários. A decisão veio depois de mais 1 fracasso nas negociações com o SNA (Sindicato Nacional dos Aeroviários), que representa a categoria.
Os tripulantes da Latam votaram por não autorizar que o SNA negocie com a empresa mudanças definitivas no modelo de remuneração. O acordo proposto pela Latam envolvia redução permanente de salário como forma de manutenção dos postos de trabalho. De acordo com o sindicato, os votos contra foram de 79% entre os comissários, 71% entre copilotos e 74% entre comandantes.
Com isso, a Latam informou que “abrirá o processo de pedido de demissão voluntária que deverá ocorrer até 4 de agosto, após es “A pandemia de covid-19 representa a maior crise de saúde pública da história e está afetando drasticamente toda a indústria mundial da aviação. A Latam é a maior e mais antiga das 3 empresas que atuam no Brasil e remunera mais os tripulantes tanto em voos domésticos quanto em internacionais, por isso, a empresa tem a necessidade de equiparar-se às práticas do setor“, disse a empresa, em nota.
A redução permanente de salário já tinha sido pauta de votação no SNA no início da semana. Na 2ª feira (27.jul), os membros do sindicato rejeitaram a proposta de acordo coletivo. Com a decisão de agora, o SNA disse que solicitou audiência com TST (Tribunal Superior do Trabalho) para tentar reverter a decisão da Latam. “Ressaltamos que o SNA já firmou mais de 60 acordos coletivos com empresas de aéreas de todos os segmentos, incluindo Gol e Azul, para enfrentamento da crise“, explicou o sindicado, em comunicado.
A Latam, por sua vez, disse que “a empresa sempre esteve aberta ao diálogo com o objetivo de preservar o máximo de empregos possíveis e manter sua sustentabilidade no longo prazo“.
A Latam teve prejuízo líquido de US$ 2,12 bilhões, o equivalente a R$ 11,32 bilhões, no 1º trimestre de 2020. A empresa entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos devido à crise provocada pela pandemia de covid-19. Além dos Estados Unidos, a operação de recuperação envolve afiliadas em mais 4 países (Chile, Peru, Colômbia e Equador).sa data será iniciado os desligamentos de no mínimo 2.700 tripulantes”.