O governador Romeu Zema (Novo) anunciou, em coletiva de imprensa nesta terça-feira (16), a entrega de 500 respiradores para combater a pandemia do novo Coronavírus em Minas Gerais. É a primeira etapa da entrega dos 1.047 aparelhos que haviam sido anunciados pelo governo em abril.
Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, e Diamantina, no Alto Jequitinhonha, receberão 20 deles, de acordo com Zema, que ainda não informou para onde o restante das máquinas serão enviadas. Governador Valadares registra 405 pacientes com Covid-19 e 10 óbitos, enquanto Diamantina tem 10 casos e nenhuma morte confirmada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG).
“São duas cidades que carecem desses equipamentos e onde tivemos crescimento no número de casos”, apontou.
Das 500 unidades, 420 foram adquiridas com recurso da Ação Civil Pública movida contra as empresas Samarco, Vale e BHP após o rompimento da barragem da Samarco em Mariana, em 2015. Os outros 80 foram fornecidos pelo Governo Federal. Zema detalhou que 300 aparelhos adquiridos com os recursos das empresas são do tipo não invasivo — que dispensam a intubação do paciente —, enquanto 120 são invasivos.
O secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, afirmou que a SES-MG está em contato com todas as macrorregiões de saúde do Estado para definir para onde irão os respiradores adquiridos e quais municípios têm estrutura hospitalar e profissionais para operar os aparelhos. Ele adiantou que a região Noroeste — que inclui cidades como Patos de Minas e Unaí — vai receber equipamentos.
Ampliação de leitos
Zema lembrou que a ocupação dos leitos de UTI por pacientes com suspeita ou confirmação da Covid-19 no Estado chega a 13,2%. Além dos respiradores, Minas vai receber 79 novos leitos de UTI no interior, somando 2.964 leitos do tipo. Os leitos serão distribuídos entre as cidades de Lavras, Itaúna, Ipatinga, Patrocínio, São Sebastião do Paraíso, Divinópolis, Ouro Preto, João Monlevade, Coronel Fabriciano, Montes Claros, Unaí, Governador Valadares, Barbacena, Teófilo Otoni, Salinas, Lagoa da Prata Uberlândia, Taiobeira e Conselheiro Lafaiete, conforme listou Zema.
“Hoje, a estrutura do Estado é muito superior àquelas que tínhamos há 90 dias, quando a pandemia chegou. De lá para cá, tivemos tempo de estruturar a saúde”, afirmou o governador.
Ele e o secretário de Saúde reforçaram que o hospital de campanha montado no Expominas, em Belo Horizonte, está apto a começar a funcionar assim que for necessário, mas que isso não ocorrerá até que a capacidade dos demais hospitais do Estado esteja comprometida.
Zema também disse que não há perigo de sobrecarga do sistema de saúde em Belo Horizonte com pacientes de outras cidades mineiras. Ele lembrou que os hospitais do Estado sempre se concentraram na capital e que os pacientes do interior historicamente foram enviados à cidade. O secretário de Saúde complementou dizendo que, ainda assim, a intenção é preparar os hospitais do interior com mais leitos e respiradores para receber os pacientes da Covid-19.
“A alegação de que a capital está ficando sobrecarregada não procede. Isso é histórico, sempre aconteceu. O SUS é muito anterior ao meu governo ou a de qualquer outro mandatário”, disse Zema.