O secretário-adjunto de Saúde de Minas Gerais, Marcelo Cabral, afirmou nesta terça-feira (23), que o Estado não pretende obrigar prefeituras mineiras a decretarem lockdown, ou seja, a restrição do direito de ir e vir sem motivos emergenciais. A medida, no entanto, vem sido estudada e pode ser recomendada caso a cidade apresente descontrole nos números da Covid-19.
A secretaria, segundo o subsecretário, tem estudado formas jurídicas e logísticas para recomendar o lockdown às cidades a partir do diálogo.
"[O lockdown] Deve ser feito de forma conversada, vamos sugerir e até rogar à sociedade que mantenha o distanciamento social adequado, mostrando que aquilo que foi feito até agora foi adequado e teve resultados, e que a partir do relaxamento é que aconteceu o aumento", relatou Cabral.
Carlos Eduardo Amaral, secretário de Estado de Saúde, também completou que o isolamento conforme recomendado na Onda Verde do plano Minas Consciente é capaz de frear o avanço da pandemia sem a necessidade de lockdown.
"Não objetivamos indicar nenhum lockdown, porque ele é a falha do isolamento adequado, a recomendação no momento é que todos os municípios retornem à Onda Verde", afirma.
O secretário aproveitou para pedir novamente que os mineiros voltem às suas casas e a cumprir o distanciamento social.
"Pensar em passar por essa epidemoa sem um número exagerado de perdas só é possível com isolamento, que é a unica forma de fazer o acoplamento da assistência ao número de casos", explica.
Testagem
No mesmo pronunciamento, Amaral voltou a justificar a baixa testagem em Minas afirmando que o Estado recebeu menos testes do Ministério da Saúde.
"Como Minas Gerais teve poucos casos, notificações e demanda pequena no início da pandemia, o ministério enviou mais testes para locais com mais urgência", declarou.
Os números do painel de insumos do Ministério da Saúde, no entanto, o Estado figura como a quinta unidade federativa que mais recebeu testes, com 165.640 unidades recebidas, atrás do Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, e Pará.
Segundo o secretário, o protocolo de testagem continua o mesmo, com grupos específicos como prioritários para as análises laboratoriais. Amaral ainda explicou que, neste momento de avanço da pandemia, o número de testes vai aumentar por conta do incremento do número de pessoas nesses grupos-alvo dos testes.
Mortes
Minas Gerais ultrapassou, nesta terça-feira, a marca de 700 mortes causadas pela Covid-19 no Estado. Tanto o secretário quanto Cabral aproveitaram a coletiva para demonstrar solidariedade às famílias das vítimas.
"É muito ruim pra nós dar uma noticia com esse número, mas estamos fazendo todos os esforços para minimizar a dor dessas famílias e enfrentar a pandemia", afirmou o secretário-adjunto.