O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira (29/1) que há nove suspeitas de coronavírus. Os casos estão localizados em Minas Gerais, Paraná, Ceará, Rio de Janeiro (um cada), Santa Catarina (dois)e São Paulo (três). Todos são relacionados a pessoas que estiveram na China, mas nenhum foi confirmado.
O mais perto de uma confirmação ou descarte do diagnóstico é o caso da estudante de Belo Horizonte, que está internada no Hospital Eduardo de Menezes, em BH. Diante do aumento do número de possibilidades de contaminação, o governo se mobiliza mais fortemente para manter o controle da situação e, a partir desta quinta-feira (31/1), o Ministério da Saúde informa diariamente sobre as medidas contra o novo agente infeccioso.
O governo, inclusive, já tem preparadas unidades de saúde para o pronto atendimento dos possíveis infectados em vários estados. Ainda de acordo com o ministério, 20 casos foram notificados pelas secretarias de saúde de alguns estados, mas não se enquadram na definição de suspeito pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e, por isso, foram excluídos. Mais quatro foram descartados porque exames diagnosticaram outras doenças, como a gripe H1N1. “Não há confirmação de nenhum caso de coronavírus no Brasil.
Este é o cenário atual”, disse o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira. O secretário afirmou que uma das medidas motivadas pelo surgimento do vírus, que ainda não foi completamente determinado, será a recriação do Grupo Executivo Interministerial de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional e Internacional. O dispositivo será definido por meio de um decreto, que deve ser publicado nesta quinta-feira (31/1) no Diário Oficial da União (DOU).
O Palácio do Planalto confirmou a recriação do grupo. De acordo com o secretário, o grupo foi criado em 2005 para preparação para uma pandemia de influenza. Uma de suas funções era “solicitar e acompanhar a alocação dos recursos orçamentário-financeiros para atender e manter as medidas requeridas em caso de emergências em saúde pública”.
O ministério se disse preparado para enfrentar o vírus caso seja confirmado um caso no Brasil. O secretário executivo da pasta, João Gabbardo, destacou que há hospitais de referência que seguirão protocolos. “Temos hospitais de referência, com ampla capacidade de atendimento, que seguem protocolos do plano de contingência alinhado às realidades de cada estado”, disse.
A confirmação de um caso leva o Brasil a declarar emergência de saúde pública. O nível do Centro de Operações de Emergência (COE), instalado na última quinta-feira, já subiu para o nível 2, de perigo iminente, em uma escala de 1 a 3. O secretário explicou que uma mudança na classificação da situação global feita pela OMS não mudará nada nas ações do ministério. “Nossas ações estão alinhadas, inclusive prevendo esse escalonamento da emergência internacional. Possivelmente, países que não se mobilizaram, que não é o caso do Brasil, com a declaração de uma emergência internacional, vão se mobilizar”, ressaltou Wanderson.
Nesta quinta-feira (31/1), um comitê especial da OMS se reúne para definir se declara emergência sanitária global diante do novo coronavírus.