Manter a segurança na zona rural também é uma das prioridades da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG). Por isso, a corporação leva para o campo a Rede de Propriedades Rurais Protegidas, projeto baseado nas Redes de Vizinhos Protegidos existentes em áreas urbanas das cidades.
A ideia central é mobilizar os moradores da zona rural para, em conjunto com a PMMG, viabilizar ações de prevenção e repressão aos crimes.
O foco principal é criar uma rede bem estruturada, com a setorização e delimitação de áreas que possibilitem ao policial chegar a qualquer propriedade rural – de pequeno, média ou grande porte – no menor tempo, de modo que possa realizar visitas de orientação e atender às denúncias.
“A partir deste projeto são feitas reuniões com os proprietários, trabalhadores rurais e moradores. São encontros periódicos com eles para apresentar, por exemplo, dicas de segurança para o ambiente rural”, explica o diretor de Apoio Operacional da PMMG, coronel Geovani Gomes da Silva, que ainda destaca a importância do envolvimento da comunidade, bem como de associações, sindicatos, ONG’s e demais entidades.
“O envolvimento da comunidade é fundamental. Ela é convidada a participar das reuniões, onde são tratadas as peculiaridades da região. Minas Gerais é um estado muito grande e diverso e os encontros servem para discutir as principais demandas de cada localidade”, salienta Geovani.
A iniciativa já funciona em cidades como Patrocínio e São Sebastião do Paraíso e, hoje, está sendo implantada nos arredores do município de Mariana por meio da divisão independente de Meio Ambiente da PMMG. Atualmente, está sendo feito o cadastro dos moradores locais.
“É uma fase demorada, é uma visita mesmo em que não só cadastramos, como também explicamos o trabalho e aproveitamos para gerar um vínculo com as pessoas”, conta o comandante da Companhia de Meio Ambiente, major Juliano José Trant de Miranda. “A ação está tendo uma repercussão muito positiva”, frisa.
Além, da Rede de Propriedades Rurais Protegidas, o coronel Geovani elenca outras ações da corporação voltadas para a segurança no campo. Segundo ele, já existe em alguns pontos do estado a Patrulha Rural, que consiste na vigilância das propriedades.
Em 2018, a expectativa é de que a PMMG receba novos veículos com capacidade de trafegar em pisos de asfalto e de terra. A medida vai beneficiar tanto as ações da Patrulha Rural quanto o desenvolvimento da Rede de Propriedades Rurais Protegidas.
Novas tecnologias
Além da mobilização da comunidade rural, o êxito do projeto passa pela incorporação de novas tecnologias, como uso do GPS (Sistema de Posicionamento Global).
Por meio do georreferenciamento – definição da forma, limites, características e localização de um imóvel através de métodos de levantamento topográfico – as propriedades são cadastradas e recebem um código.
“Ao sair para investigar uma denúncia o policial vai encontrar a propriedade rural por meio das coordenadas geográficas. Será um deslocamento mais rápido do que temos hoje, já que o GPS aponta as rotas mais rápidas”, explica Geovani.
De acordo com o coronel, é criado um código para cada propriedade. “Quando fizermos uma consulta por ele, estarão listados todos os dados relacionados àquela propriedade rural, os dados básicos”, diz.
O código que cada propriedade rural recebe é chamado de Reds. O procedimento visa evitar duplicidade de nomes das propriedades, ou que o nome de uma seja atribuído à outra com nome similar.
O código Reds anula, portanto, a possibilidade de erro e facilita o trabalho de identificação, bem como possibilita o Registro de Eventos de Defesa Social (Reds) para a propriedade correta.
Com isso, a guarnição poderá se deslocar para qualquer ponto da área rural, devendo apenas informar o código Reds do local a ser fiscalizado no GPS e o aparelho irá traçar a rota mais curta para se chegar, inclusive, realizando alertas de curvas, velocidade, proximidade e chegada ao local de destino.
Além de agilizar o atendimento, a iniciativa traz mais segurança ao policial militar, que poderá conhecer o trajeto com antecedência.