As ocorrências de roubos a estabelecimentos comerciais caíram 27,5% no Estado nos oito primeiros meses do ano, o que significa 3.726 ocorrências a menos. De janeiro a agosto de 2017 foram 9.780 registros contra 13.506 no mesmo período de 2016. Em Belo Horizonte, a diminuição desta modalidade alcança 31,9%, com 1.859 registros contra 2.730.
A redução nas estatísticas de roubos a estabelecimentos comerciais acompanha a tendência dos roubos em geral. No acumulado de janeiro a agosto deste ano, a estatística bate mais uma vez o menor índice dos últimos seis anos, com 9,6% de redução na comparação com o mesmo período do ano passado (ver quadro abaixo).
Para o secretário de Estado de Segurança Pública, Sérgio Barboza Menezes, a queda expressiva dos índices de crimes contra o patrimônio em geral tem relação com novas estratégias desenvolvidas, como a maior presença e ostensividade policial nas ruas.
Ele cita, como exemplos, as áreas comerciais de bairros como o Buritis, ou de cidades do interior como Santa Luzia que, ao longo de 2017, passaram a conviver com mais policiais nas ruas, em dias e horários diferentes.
Vale lembrar que o aumento da presença policial acontece desde o início do ano e foi aumentada, ao final de agosto, com a implantação de 86 Bases Móveis da Polícia Militar em todas as regiões de Belo Horizonte.
Desde então, nenhum morador da capital fica a mais de quatro quilômetros de um ponto fixo da PM. Os dados divulgados nesta quarta-feira (25/10) ainda não trazem o resultado desta nova ação do Governo.
Para o Comandante Geral da Polícia Militar, Cel. Helbert Figueiró de Lourdes, os dados ratificam uma interrupção histórica do crescimento criminal no Estado de Minas, que vinha em ascensão nos últimos seis anos.
“Os resultados positivos são consequência da adoção de diversas estratégias, focadas na prevenção e repressão criminal, aliadas também a medidas internas de reestruturação da corporação”.
Já o superintendente de Investigação e Polícia Judiciária, Delegado-Geral Márcio Lobato, complementa destacando que houve uma mudança no foco das ações da Polícia Civil, o que culminou em um resultado positivo para a sociedade.
"A Polícia Civil vem intensificando suas ações, coordenando informações e trabalhando com técnicas investigativas avançadas de inteligência para coibir os crimes patrimoniais que são graves e atingem diretamente à população”.
Outros Crimes Contra o Patrimônio
Outros crimes contra o patrimônio como furto, extorsão e extorsão mediante sequestro também apresentam expressiva queda, com destaque para a diminuição na casa dos 44,1% da extorsão mediante sequestro no Estado no período janeiro a agosto deste ano. A extorsão também cai 34,0%.
Em Belo Horizonte, os roubos também têm queda de 14,7% nos oito primeiros meses do ano, assim como o furto, a extorsão e a extorsão mediante sequestro.
Entre as maiores cidades do interior, Sete Lagoas, na região Metropolitana, fica com a maior redução das estatísticas de roubo (-36,7%), seguida de Divinópolis, no Território Centro-Oeste (-29,9%). Do lado aposto, estão em alta os municípios de Nova Serra (+46%) e Uberlândia (+43%).
Investimentos explicam redução nos números
Tratada como prioridade pelo Governo do Estado, a segurança tem ganhado o reforço de novos homens e mulheres, além de equipamentos e novas ações de gestão. Somente nos últimos meses, foram mais de 2.800 novos policiais militares nas ruas, para atendimento ao cidadão, e mais 1.100 novos investigadores da Polícia Civil.
O número de novas viaturas entregues para as instituições do sistema de segurança mineiro também ultrapassa os 1.800 veículos. Somente neste mês, o Governo abriu edital para novas 76 vagas para o cargo de Delegado de Polícia Civil e para 120 novos oficiais da Polícia Militar.
Uma ação de gestão coordenada pela Secretaria de Segurança Pública e voltada especificamente para o crime de roubo também é um dos destaques do cenário. O Grupo de Intervenção Estratégica de Enfrentamento a Roubos (GIE-R) busca acompanhar e priorizar inquéritos, mandados, prisões e outras intervenções relacionadas a alvos recorrentes de roubos.
O grupo tem o objetivo, ainda, de fomentar e planejar a realização de operações conjuntas no combate a este tipo de crime, bem como realizar o compartilhamento de informações e o levantamento de dados para a identificação de pessoas ou grupos que já estão sendo monitorados.
O GIEE-R trabalha há cerca de cinco meses e é composto por representantes da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), Ministério Público, Polícia Civil, Polícia Militar e Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap).
Produtividade policial
A produtividade policial também demonstra o empenho das instituições de segurança mineiras na redução da criminalidade. De janeiro a agosto deste ano, foram 226.970 pessoas conduzidas, 16.924 armas apreendidas e 41.530 registros de ocorrências solucionadas pelas forças de segurança com apreensão de drogas. Os dados são do Observatório de Segurança Pública Cidadã da Sesp e levam em conta a integração das polícias Militar, Civil e Corpo de Bombeiros.
Número de vítimas de homicídio cai 5,9% no Estado e 13,3 em BH
Importante indicador da violência, o número de vítimas de homicídio também está em queda de 5,9% em todo o Estado. De janeiro a agosto de 2017 foram 2.580 vítimas contra 2.743 no mesmo período do ano passado.
Em Belo Horizonte, a redução chega a 13,3%, com 563 vítimas a menos no período. Dados do Observatório de Segurança Cidadã da Sesp mostram ainda que, pelo interior, 68,9% dos municípios não tiveram registro deste tipo de crime, mantiveram ou reduziram seus índices.
Para o comandante-geral da Polícia Militar, Cel. Helbert Figueiró de Lourdes, a redução dos crimes violentos, entre eles o homicídio, “não acontece por acaso” e é resultado de “estratégias e investimentos que estão sendo feitos em segurança”.
Para o comandante, o aumento do número de apreensões de armas pela Polícia Militar também tem contribuído de forma expressiva para a redução dos homicídios, bem como dos crimes contra o patrimônio. “Nosso trabalho pauta-se em uma polícia de proximidade, com estratégias modificadas diariamente para garantir mais segurança para a população”.
Entre as cidades do interior com reduções percentuais de destaque no número de vítimas de homicídio está Poços de Caldas, no Sul de Minas (-75%). Foram oito mortes nos oito primeiros meses de 2016 contra duas no mesmo período deste ano.
Quando a avaliação é relacionada ao número de vítimas, Contagem, na Região Metropolitana, fica com o melhor resultado. No primeiro semestre deste ano foram 166 mortes contra 123 do ano passado – 43 vítimas a menos em seis meses.
Vale lembrar que os dados de criminalidade, não só de homicídios, mas de todos os 12 crimes monitorados pela Sesp nos 853 municípios do Estado estão disponíveis para consulta online, de forma rápida e transparente. Basta acessar o site da secretaria (www.seds.mg.gov.br) > Integração > Estatísticas > Estatísticas Criminais.
Vulneráveis
O estupro tentado e consumado de vulneráveis continua como o grande desafio das estatísticas criminais no cenário do Estado em 2017. Os dois índices permanecem no vermelho na avaliação da violência dos oito primeiros meses em Minas.
O superintendente de Investigações e Polícia Judiciária da Polícia Civil (PC), delegado-geral Márcio Lobato Rodrigues avalia que este tipo de crime tem espectro amplo, por contemplar desde uma situação ocorrida com uma criança ou pessoas com problemas psiquiátricos, até alguém que tenha ingerido bebida alcóolica ou drogas, por vontade própria ou inadvertidamente.
“Acreditamos que as pessoas estão mais esclarecidas de seus direitos e, assim, buscam mais as polícias para relatarem situações como estas. Portanto, há a possibilidade de anteriormente haver subnotificação de casos”.
O superintendente da PC, inclusive, reforça a necessidade da denúncia e do registro da sociedade para este tipo de crime, salientando a importância do real conhecimento dos cenários das violências pelo Estado, para o melhor desenvolvimento de políticas públicas.
Pela primeira vez, os dados de sequestro e cárcere privado também tem ligeira alta no ano, com cinco casos a mais nos oito primeiros meses e 2,3% de aumento.