Elas são moradoras de ocupações e de aglomerados em Belo Horizonte e Sabará, e detentas de Itaúna e Pará de Minas. Em comum, a partir do próximo 2 de agosto, passam a ter um diploma de capacitação. A conquista veio por meio do Programa Mulheres Mil, na modalidade Pronatec, do Governo federal, executado pela Utramig.
Vinculada à Secretaria de Estado do Trabalho e Desenvolvimento Social (Sedese), a Utramig, fundação pública com 53 anos especializada em educação profissional, executa também cursos de qualificação de curta duração, que preparam para as demandas do mercado.
O Mulheres Mil foi criado com metodologia específica para promover a formação educacional, profissional e cidadã de mulheres em situação de vulnerabilidade. Com a execução da segunda edição do programa em Minas, a Utramig atinge a marca de 600 mulheres capacitadas em cursos de diversas áreas. Até o momento a qualficação chegou a 14 municípios.
Desta vez, foram realizados cursos de auxiliar de cozinha, manicure e pedicure, modelista, Informática Básica, cuidadora infantil e almoxarife. Pela primeira vez, a Utramig ministrou cursos para detentas da Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (Apac) de Itaúna e do Presídio Pio Canedo, de Pará de Minas.
As formaturas estão marcadas para as seguintes datas:
- 2/8 (quarta-feira), às 14h: Itaúna
- 3/8 (quinta-feira), às 14h: Sabará
- 8/8 (terça-feira) às 17h: Belo Horizonte
- 31/8 (quinta-feira): Pará de Minas
Durante cerca de três meses as alunas tiveram aprendizado prático e teórico, além de uma carga horária com foco no empreendedorismo, na saúde e nos direitos da mulher.
As participantes, em sua maioria beneficiárias do programa Bolsa Família, frequentaram dois módulos para o aprendizado: Específico (saberes práticos da profissão em ensino) e Educacional Central (direito e saúde da mulher, empreendedorismo e economia solidária).
Para a diretora de Qualificação e Extensão da Utramig, Vera Victer, responsável pela execução dos cursos, por sua metodologia específica, o programa Mulheres Mil responde por uma formação educacional e cidadã de mulheres chefes de famílias, beneficiárias do Bolsa Família e vítimas de violência.
Segundo ela, o programa proporciona oportunidades para mulheres que, historicamente, foram esquecidas. “Com a qualificação, elas se tornam protagonistas de sua própria história”, acrescenta Vera.
Empoderadas
A aluna Maria do Carmo Caetano, moradora da Ocupação Rosa Leão, na capital mineira, comemora o diploma: “Nós fomos empoderadas. Além de ser uma costureira, o curso nos ensinou nossos direitos, que descobri aos 58 anos de idade. A gente sai daqui mais sábia e mais inteligente. Aprendemos o valor da palavra de uma mulher, que uma mulher tem de ser ouvida e pode falar não. O curso me fez mulher, quando eu achava que não era ninguém”.
Em maio passado, o Programa Mulheres Mil foi selecionado como uma das quatro melhores iniciativas do país pelo Fórum de Inovação Social no Setor Público (FIS), realizado em São Paulo, durante a III Connected Smart Cities. O programa foi lançado em 2016 e prevê, para o segundo semestre deste ano, cinco novos cursos para qualificar mais 100 mulheres.